Era uma vez, uma família muito rica: pai, mãe e três filhos. O pai era dono de uma grande fazenda, tinha muitos empregados, e tinha uma grande criação de animais. A mãe vivia tomando conta do lar. E os filhos só tinham a obrigação de estudar e obedecer às ordens do pai.
O pai era um homem muito severo e religioso. Fora de casa tentava passar uma imagem de dedicação à comunidade, mas em casa era bem diferente: marido e mulher mal se falavam, e mal falavam com os filhos. Mostrava-se caridoso na vida pública, mas tratava mal seus empregados e as pessoas que lhe procuravam pedindo ajuda.
A mãe vivia sua vida subordinada ao chefe da família. Não interferia nem nos seus negócios, nem na sua forma de agir em casa. Passava os dias num mundo à parte, fechada em suas rezas e orações.
Nero era um dos filhos. Era muito tímido e triste, vivia isolado. Cresceu naquele ambiente de hipocrisia e falsidade. Seu pai era um homem muito difícil, sempre exibindo sua força e poder, ao mesmo tempo em que queria mostrar sua caridade e religiosidade. Aos seus empregados, filhos e esposa, ditava normas e regras. Em suas orações, era frio, sem sentimento...
De criança tímida, Nero passou a adolescente trancado em si mesmo. O pai, muito envolvido na religião, na ganância e no exercício do poder, não observou o desenvolvimento do seu filho, e no tamanho da sua solidão.
Certo dia, o pai foi avisado por um de seus empregados que seu filho Nero fora preso roubando uma ovelha de um pastor, próximo ao povoado. O rico fazendeiro pegou a sua caminhonete e saiu para a cidade disposto a punir o filho ladrão e castigar os que ousaram prendê-lo.
Chegando ao povoado, se deparou com uma cena desconsertante: uma pequena multidão havia se juntado para ver o filho do fazendeiro amarrado em praça pública. O menino estava descontrolado! Gritava e se debatia enlouquecido, desafiando a autoridade dos policiais e do próprio pai. Logo, ele percebeu que seu filho havia tentado roubar para comprar drogas. O filho o enfrentava como um doido, dizendo coisas que ele nunca esperava ouvir.
O pai mandou apenas que os policiais desamarrassem seu filho e o deixassem em paz. Assim que se viu livre, Nero saiu correndo e desapareceu. O rico fazendeiro, cabeça baixa, voltou envergonhado para casa... E no caminho, pensou no quanto desconhecia o próprio filho, que tinha abandonado à própria sorte. Foi neste momento que viu um pastor que havia deixado todo o seu rebanho de ovelhas, para correr em busca de uma que havia se desgarrado...
No mesmo momento, ele deu meia-volta no seu carro e já ia voltando para o povoado, para resgatar o seu filho... Mas no meio do caminho para o povoado, percebeu que não tinha coragem suficiente para trazer o seu filho de volta... Parou o carro, e voltou sozinho para casa, com o eterno arrependimento pelo que poderia ter feito, mas não fez...
Ficou triste com o final dessa estória? Então faça a sua ser diferente...
Fonte: Reflexões Bíblicas - Jailson Ferreira
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